Eu
trabalho a milhas e milhas e milhas de minha casa. Toda semana eu pego a estrada. São
curvas e curvas e curvas e curvas... Hoje, ao retornar, meu amado me esperava na
rodoviária com um sorriso tão bom, que eu até esqueci do cansaço, do sono
atrasado, da enxaqueca e, enquanto o abraçava, repeti em silêncio os lindos
versos de Caeiro:
“O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir
vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as
árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que
sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com
a cara dela no meio.”
Alberto
Caeiro
Sinto sempre que abraço a poesia quando a tenho nos braços. Ora haicai, ora épico, intenso no trivial dos dias, você tem sido o poema que leio repetidas vezes, com o maior dos prazeres. Bjsamovc, (carlos barbosa)
ResponderExcluirBálsamo da vida, o amor. Bjs, Bi
ResponderExcluirTão lindo e comovente!
ResponderExcluirTudo lindo, Caeiro, Barbosa e Menezes.
ResponderExcluirum beijo,
Tão lindo, forte e generoso...como sempre deve ser o amor...como eu desejo que ele o seja para vocês. Abraço, Mônica!
ResponderExcluir