sábado, 23 de fevereiro de 2013

A demissão de Mayrant

"Leio que a demissão do escritor Mayrant Gallo da Diretoria do Livro e da Leitura, da Fundação Pedro Calmon/FPC, foi motivada por "incompatibilidade com a Secult", órgão a que a FPC está vinculada.

Esse argumento me horrorizou, e digo o mínimo.

A atuação de Mayrant Gallo foi extremamente proativa e produtiva. Ter uma atuação proativa e produtiva é, portanto, incompatível com a Secult.

Editais foram publicados, projetos foram avaliados, livros foram escritos e publicados sob a égide da Diretoria do Livro e da Leitura. Então, isso é incompatível com a Secult, sabemos agora.

Livros raros e fundamentais, como "O povoamento da cidade do Salvador", de Thales de Azevedo, e "Jana e Joel", de Xavier Marques, foram republicados em edições fac-símiles. Publicar tais livros essenciais para a cultura baiana é incompatível com a Secult, fica claro agora.

Eventos foram criados para promover o encontro do escritor com o leitor em bibliotecas públicas e, inédito no Brasil, penso eu, para leituras públicas de seus textos pelos próprios autores em espaços públicos. Isso é incompatível com a Secult, registre-se em definitivo.

E a conclusão a que se chega só pode deixar uma impressão de horror diante do interesse oficial demonstrado pela livro e pela leitura."

 Carlos Barbosa

Recebi a notícia na manhã de quinta, pela amiga Ângela Vilma. Fiquei chocada, indignada, decepcionada. Publico acima as palavras do escritor Carlos Barbosa, que melhor traduzem o meu horror.

2 comentários:

  1. Maravilhoso o texto de Carlos. É o mais acessado do meu blogue. Grato pelo apoio, M. Essa causa é nossa, dos escritores baianos desdenhados por Albino Ru(b)im. Abraço!

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  2. A cada dia fico mais satisfeita por estar firmando a minha disposição pelo voto nulo. Acho que a única política que nos resta é a das redes sociais (para os que têm acesso a elas, ao menos). Naveremos de exercer a política dessa forma (souve que o abaixo assinado contra o novo presidente do Senado conseguiu 1.600.000 assinaturas). Poderíamos fazer outros pela exoneração de muitas outras pessoas nomeadas ou eleitas por várias razões. O novo prefeito, já tá mostrando o seu modo de atuar em relação à (des)educação dols cidadãos soteropolitanos. Sobre os professores do estado não há mais palavras, depois daquela greve. Se os professores não valem nada, o que podemos esperar que valham os livros?

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