domingo, 6 de maio de 2012

Regresso


Para Ângela Vilma, da casa e do torpedo que me inspiraram

adentrar tua casa, amiga,
é como ingressar em outro tempo
os teus oratórios, as tuas cadeiras,
os teus paninhos bordados,
o jarro de flor de há muitos anos,
as fotografias em branco e preto,
as velhas cartas de tarot
tudo isso
e mais o teu olhar sempre abismado
reacenderam em mim a pequena flama
da poesia que eu perdi
enquanto reinventava um mundo