Metonímia
Meu pai colocou meu nome num barquinho que comprou.
É miúdo.
Uma insignificância no meio do oceano de vaga vaga.
É reles.
De uma cruel e desleixada vileza.
De uma pequenez quase lírica.
É reles.
Mal cabem nele dois homens e o isopor para a pescaria.
Mal cabem dois homens.
Talvez somente ele – solitário – e o isopor.
Mas, como no milagre,
o barco que leva o meu nome caminha sobre as águas.
O belíssimo poema acima é uma amostra do livro Água Negra, da poetisa baiana Lívia Natália, ganhadora do Prêmio Banco Capital Cultura e Arte – Poesia deste ano. Bom demais iniciar este domingo ensolarado me banhado nas líricas águas de Lívia, nas quais – como tão bem escreveu Ângela Vilma, na orelha do livro – “o mundo ressoa, com seus símbolos vivos e mortos”. Parabéns a Lívia, essa linda filha de Oxum, por seus versos vigorosos e líquidos, que nos molham, nos cortam e nos fazem levantar a cabeça para o vasto mundo renovados, e em silêncio.
Este foi o poema do livro que tocou-me mais forte. Um bela estreia. Parabéns a Lívia. Em breve, postarei em meu blogue um outro poema de "Água negra". Bjsamovc (carlos)
ResponderExcluirEu sei, amado. E a sua leitura me inspirou. Bjsamovc
ResponderExcluirBelos versos. Como entro em contato com Lívia?
ResponderExcluirGostaria de comprar um livro. Bjs
Eu falo com ela, Lidi, e consigo o livro. Bjs.
ResponderExcluirOi, Momesa e Carlos! Coisa linda esta nossa irmandade poética! Gratidão sempre pelas belas leituras.
ResponderExcluirE, Lidi, mando por Mônica seu livro, mas estarei fora de SSA toda esta semana.
Um abraço!
LN
POETAS
ExcluirEu tinha um companheiro de trabalho.
Ele trabalhava duro, dobrava serviço e fazia extra.
Admirava como ele era um policial padrão,
Quando João o matou covardemente com um tiro na cabeça,
Lívia Natália meteu a língua no **.
Obrigada Mônica e Lívia. Quero muito o livro, sim. Se possível, autografado. Diga-me o valor. Bjs
ResponderExcluirMuito bonito.
ResponderExcluir