segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Entrou também Ana Serguêievna. Ela sentou-se na terceira fileira, e quando Gurov olhou para ela, seu coração se contraiu e ele compreendeu claramente que agora não existia no mundo inteiro um ente mais próximo, mais caro e importante que ela, perdida no meio da multidão provinciana, esta pequena mulher, sem nada de notável, com um vulgar lorgnon nas mãos, enchia agora toda a sua vida, era a sua tristeza e a sua alegria, a única felicidade que ele agora desejava para si, e ao som da péssima orquestra, dos míseros violinos provincianos, ele pensava como era ela linda. Pensava e sonhava.
[...]
E parecia que faltava pouco para chegarem a uma decisão, e então começará uma vida nova, maravilhosa; e era claro para ambos que ainda estavam longe, muito longe do fim, e que o mais complicado e difícil estava apenas começando".

TCHEKOV, Anton. A senhora com o cachorinho.  

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pequena lista de urgências

comprar os livros didáticos da filha
terminar de ler os artigos de Cândido
atualizar o currículo lattes
pagar a conta do telefone
começar o quarto capítulo
telefonar para o pedreiro
retomar a homeopatia
guardar 
- na última gaveta do armário -
um verbo que insiste em doer

sábado, 8 de janeiro de 2011

Eleição

o anel, a flor, o poema
tudo isso tão bonito
todavia o que ecoa mesmo
no fundo mais fundo da alma
são as palavras-lâmina da mãe
sussurradas no quarto ao lado
naquela madrugada de setembro
elegendo-a,
para sempre,                         
a menina mais feia da casa