Esse argumento me horrorizou, e digo o mínimo.
A atuação de Mayrant Gallo foi extremamente proativa e produtiva. Ter uma atuação proativa e produtiva é, portanto, incompatível com a Secult.
Editais foram publicados, projetos foram avaliados, livros foram escritos e publicados sob a égide da Diretoria do Livro e da Leitura. Então, isso é incompatível com a Secult, sabemos agora.
Livros raros e fundamentais, como "O povoamento da cidade do Salvador", de Thales de Azevedo, e "Jana e Joel", de Xavier Marques, foram republicados em edições fac-símiles. Publicar tais livros essenciais para a cultura baiana é incompatível com a Secult, fica claro agora.
Eventos foram criados para promover o encontro do escritor com o leitor em bibliotecas públicas e, inédito no Brasil, penso eu, para leituras públicas de seus textos pelos próprios autores em espaços públicos. Isso é incompatível com a Secult, registre-se em definitivo.
E a conclusão a que se chega só pode deixar uma impressão de horror diante do interesse oficial demonstrado pela livro e pela leitura."
Carlos Barbosa
Recebi a notícia na manhã de quinta, pela amiga Ângela Vilma. Fiquei chocada, indignada, decepcionada. Publico acima as palavras do escritor Carlos Barbosa, que melhor traduzem o meu horror.